domingo, 24 de julho de 2016

Beco do Mocó


Sabemos que o estudo da História está relacionado com uma investigação e explicação de fatos do passado que nos ajuda a entender melhor a sua origem, desenvolvimento, características sociais, políticas, humanas, culturais presentes nos dias de hoje.

A História de Feira de Santana inicia-se na Fazenda Santana dos Olhos D’Águas, ainda no século XVII, dada a sua privilegiada posição geográfica, tornando-se um ponto de aglomeração e de pouso para viajantes e tropeiros que vinham das regiões Norte e Centro-Oeste do país.

Os donos da fazenda construíram a fonte Olhos D’água, bem como uma capela em louvor a Nossa Senhora Santana e a São Domingos. Depois disso, acabou por atrair ainda mais os viajantes e tornou-se ponto de parada obrigatória dos vaqueiros mercadores que seguiam para vender gado em Salvador. Essa concentração de viajantes deu origem a uma feira livre que por muitos anos ocupou a Praça do Mercado de Artes. Moradores locais da fazenda também ofereciam ali seus produtos, como o café, o milho e a cana. A referida troca de mercadorias se tornou comum nessas terras, que em 1873 recebeu a denominação de cidade.

O Beco do Mocó está localizado aqui em Feira de Santana, entre as ruas Marechal Deodoro e Conselheiro Franco. Ele foi denominado pela Prefeitura Municipal como Rua 7 de Setembro, e ficou conhecido também por Travessa Joaquim Pitombo.

É um dos Becos mais antigos e famosos da cidade, que fica no centro comercial, abrigando diversos comerciantes e feirantes.

O referido Beco recebeu este nome porque antigamente eram vendidos mocós já abatidos, os quais ficavam em grandes cestos de palha no chão da feira livre. Segundo o dicionário, o mocó é um animal roedor, pouco maior que o preá, de cor cinzenta, com mistura de pêlos pretos e amarelos, e que vive em tocas.

Vale ressaltar que “A Cearense” foi uma das primeiras lojas a se instalar no Beco, e vendia variados utensílios para casa. Existiam também outras lojas antigas, como a de consertos e vendas de armas, a farmácia de “Seu Cumpadinho” que vendia “remédios” feitos à base de cachaça e couro de animais, sendo exemplo os de jacarés e cobras.

Por ser uma via de fácil acesso, o local ainda guarda suas histórias e curiosidades, encontrando-se perpendicularmente com o conhecido “Beco da Energia”, que ganhou este nome devido a uma estação antiga de distribuição de energia elétrica que funcionou ali durante muito tempo.

Atualmente nesta feira, ainda são encontrados vários produtos, tais como: cascas de árvores, folhas medicinais, temperos, plantas, frutas, verduras, lanches, doces e água mineral.

Já nas lojas fixas são vendidos: móveis, roupas, peças íntimas, calçados, bijuterias, antenas parabólicas, materiais esportivos e ervas.

O famoso Beco da Energia, para quem não sabe, hoje abriga diversos comerciantes, feirantes e alguns dos prostíbulos mais antigos de Feira de Santana. Ele agora está de cara nova, pois ganhou algumas melhorias e um lindo colorido com a intervenção de várias imagens artísticas, sendo transformado em uma galeria de arte a céu aberto. Esta idéia foi do artista feirense Márcio Punk, e contou com a ajuda de outros artistas, tais como: Don Guto, KBÇA, Ivan Coelho, Charles e Gabriel Ferreira.

Gostei bastante da proposta desse trabalho de investigação da história das feiras livres de Feira de Santana, sendo para mim uma experiência positiva e enriquecedora, uma vez que eu e meus colegas não ficamos somente “presos” na sala de aula, e tivemos a oportunidade de visitarmos, pessoalmente, várias feiras da nossa cidade, as quais nos mostraram características de tempos passados, adaptadas ao nosso presente.  
Erick Lima Brito
Erico Alves Campos
Vctor Carneiro P Leite

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